Pontes são atalhos suspensos,
são caminhos sem destino,
passagens sem tempo,
por onde os sonhos fogem.
São barreiras incompletas,
barragens que se descobrem.
Pontes são abraços das margens,
os braços abertos do rio,
tentando enlaçar os lados,
onde se esconde a razão.
São carreiros sem retorno,
com vias em contra mão.
Pontes são instantes que colhemos,
entre as voltas da tormenta,
nos turbilhões da borrasca,
sobre as águas furiosas.
São troncos dependurados,
nas brisas silenciosas.
Pontes são linhas de um poema,
que entre partidas e retornos,
levam os meus pensamentos,
entre o vai e vem dos sonhos.
Texto: Victor Gil
Fotografia: Pedro Gil