A Espera
Um rosto perdido, a solidão da paragem,
a demora da tarde, a incerteza da vida.
Na pátria desigual, o gemido da aragem,
no olhar distante, a terra esquecida.
Os vidros listrados, as linhas direitas,
o corpo dobrado, as distâncias longínquas.
Aguardas no adro, o trilho que espreitas,
na nudez empedrada, as palavras usadas.
As botas cansadas, a gasta bengala,
arrojas espadas aos moinhos de vento.
Os olhos vigiam na tarde que embala
e a noite se acerca em remoto lamento.
Onde as sombras tristes escurecem os muros
e os velhos bancos gastos pelo tempo.Texto: Victor GilFotografia: Pedro Gil
29 comentários:
Passando para ler seus escritos.
Lindo! Beijo
Desculpe minha intromissão, contudo não resisti e tentei - não com o mesmo êxito que o autor - recriar o fim do "soneto". De qualquer forma espero que não me tenham como um patife.
(As botas cansadas, a gasta bengala,
arrojadas espadas aos moinhos de vento.
Os olhos vigiam na tarde que embala
e na noite se acerca em remoto lamento,
a sombra tristíssima que ao muro cala
e o velho banco deteriorado de assento.)
É-me muito caro o tema da espera. Parece que o homem vive de esperar. Não vive o presente, mas é um prolongamento do passado, e um voo para o futuro. O aqui e agora, não sabemos vivê-los. No fim restam-nos essas "sombras tristes" (não há sombras alegres, mas é preciso enfatizar que são tristes mesmo) que "escurecem os muros
e os velhos bancos gastos pelo tempo."
E talvez, afinal, não sejamos mais que sombras. Sombras tristes.
Um abraço amigo, Victor.
Teu José Carlos.
Não sei por que os poemas de intensa tristeza são os mais belos: será que só eu penso assim? Lendo ‘A Chegada’, ‘Sem Tempo’ e outros, fico mais sensível e passo a pensar em tantas coisas...
Apesar de tristes, são lindos!
Tenho de sair logo daqui,falta pouco para rolar uma lágrima.
Grande abraço.
Tais
boa série de imagens descritivas...
Excelente Vitor, você escreve muito bem!
beijinhos,
Ana Martins
Víctor,
Lamentos lejanos, coro de sufrimientos
luto eterno, noche sin luna
enfrentando la ausencia de recuerdos...
Besos,
Ana Lucía
Belo poema, combinar imagem e palavras também é uma arte.
Um abraço e lindo final de semana
Precioso contenido y preciosa foto. Gracias Víctor por estar.
Besos
QUERIDO VITOR, EXCELENTE POEMA E FOTOS... SUBLIME AMIGO!!!
EU TAMBÉM TENHO UM BLOG DE POEMAS E SONETOS... SE GOSTAR DÊ UMA ESPREITADELA FICAREI FELIZ... A MORADA É ESTA QUE ESTOU A POSTAR NO TEU... BEIJINHOS DE CARINHO E TERNURA,
FERNANDINHA
Precisas palabras acompañando a preciosas fotos. Felicidades.
Un saludo,
esse compasso silêncio da espera! a imagem é eloquente, diz do estar só , mesmo que os passos tremulem, em plena via pública. muito belo! bj
Oh, Victor, conseguiste colocar em versos toda desolação desta imagem fotográfica. Mui bela, ambas, embora com um quê de nostálgicas. Um beijo
Belo poema, mas bem triste, como triste é a solidão, o abandono.
A imagem de desamparo capturada pela foto tá ilustrando perfeitamente suas palavras!
Boa Páscoa em família pra vc...bjo!
FELIZ PÁSCOA...CORAÇÃO RENOVADO NA FÉ E NA ESPERANÇA, É O QUE DESEJO A VOCÊ E À SUA FAMILIA.
UM ABRAÇO
Un saludo Victor
Agradeço e retribuo votos de Páscoa Feliz para si e todos os seus,
Ana Martins
Agradeço os votos de Páscoa Feliz e retribuo em dobro. Tudo de bom para todos os seus.
Saiba que até aos 27 anos, vivi na
Covilhã.
Abraço
Muito belas as fotos e osoneto.
Hola Víctor Gil. Gracias por los comentarios dejas en mi blog, siempre es placer encontrar nuevos amigos.
Los comentarios a tus poesías me gustaría hacerlos, pero nada se de portugués,y si comentara no lo haría con criterio.
También intento ponerte en mi blog de favoritos y no se como hacer. Seguiré intentando.
Felices Pascuas para ti y todos los tuyos.
Saludo sincero.
M. Angel
Obrigada pelo votos de boa Páscoa.
Boa Páscoa para vocês e continuação do bom trabalho.
Uma Páscoa feliz e abençoada para você e todos os seus.
Beijo
Efectivamente son fotos que hablan.
Un saludo
pacobailacoach.blogspot.com
Os velhos bancos contam histórias... Lindos: texto e foto.
Boa Páscoa, Victor, Pedro e Cia!
Gostei de passar por cá.
Que tenhas uma nova semana muito feliz e obrigado por tuas visitas.
Um abraço
Bellas letras, hermosas imágenes...
Felicitaciones por tu blog...
fue un placer haber venido, y te seguiré...
Caricias para tu alma.
Meu caro Vitor, há quanto tempo?!!!
Permite que comente aqui e não nos posts anteriores. Faz todo o sentido para o que te quero dizer:
Encontrei gente, finalmente (!)
Os teus textos sublinham a solidão duma forma absoluta e ao mesmo tempo o embrião da tua própria existência. Gosto bastante do que escreves, e as fotos são também magníficas. O problema é que eu preciso de pessoas para respirar.
Estou muito feliz por te ter reencontrado.
Um abraço daqueles...
João
Silenciosos lamentos de solidão triste!
Bj
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