Só a sombra afaga esta fogueira de tábuas magoadas.
Os restos da janela encobrem a desordem dos lençóis,
as feridas em farrapos, os baús fechados,
os embrulhos bizarros que ocultam no escuro,
os telhados e as folhas que encobrem os becos.
Os terraços já deixaram cair os bichos da incerteza.
Alheios à desarrumação decadente da indiferença,
à violação dos dias, dos sítios sem nome,
às paredes quebradas que arrastam o tempo,
onde se esconde o silêncio dos forçados à fome.
Digo bom-dia às ruas, mas só as folhas me respondem.
Só os bêbedos afastam a Lua para ver as estrelas,
entre as pedras nuas, numa cama estreita,
entre os safanões no chão descomposto,
entre as tralhas gastas, nova vida espreita.
Texto: Victor Gil
Fotografia: Pedro Gil
30 comentários:
Bonita a conjugação...com um poema
bonito, directo que todos
'devem' entender.
Abraço
Victor
A essencia de quem quer que seja deixa sempre transparecer a desarrumação... assim como na foto, assim como seu poema muito bem nos demonstrou.
Beijo carinhoso
Bonito poema, o desarrumado as vezes é o nosso jeito de ser, é assim que nos encontramos...
Um abraço e um lindo final de semana.
Amigo Victor Gil,
infelizmente não passei por Portugal, mas obrigado pelo convite. Também gostava muito de conhecê-lo pessoalmente. Por enquanto exibimos um ao outro pedaços de nossas almas, que são o que temos de mais nosso.
Um grande abraço,
Brandão.
víctor,
Triste y nostálgico poema. Veo una pintura ocre... la hojarasca susurrando recuerdos. Este poema me ha dejado un vacío en el corazón.
Beijos,
Ana Lucía
Nóbel pela palavras e Nóbel pelas imagens igualmente poemáticas! Abraço Victor!
O vendaval do tempo passou e destelhou a casa... Que importa a bagunça: Assim podemos ver melhor a lua e as etrelas... Que belo poema, Victor.
Boa semana!
beijos.
Olá GIl!!
Lindo Poema! Bela imagem! A "desarrumação" pode estar apenas nos olhos de quem vê!...
Um grande e amoroso abraço de Luz!!
Ro
Desarrumação,
Gosto do tema, gostei do poema e fico feliz quando vejo lugares desarrumados. Detesto organização.
Adoro ventos, pois costumam mudar paisagens.
Parabéns Victor pelo poema,
Um abraço,
Dalinha
Querido amigo,
muito obrigada pelo seu convite. Quem sabe um dia.
Parabéns a você e ao Pedro pelas belas imagens.
Beijo.
Os trastes estão plenos de vida. Longa vida aos trastes, pois!!!
Abraço!
- Henrique Pimenta
los bichos de la incertidumbre siempre carcomen el espíritu y la esperanza, pero nunca es tanto para volver a empeza...
hermoso y sentido poema Victor
estoy muy grata acá en este espacio , las fotografías son preciosas y tus textos son el mejor diálogo para quienes hoy leemos .
Un abracito de sol
desde esta latitud sur y lejana
Querido poeta luso, tuas palavras tanto lá quanto cá, deixam os corações das musas em brasa. Bela inspiração poética que revela a face dos bêbados, loucos e apaixonados. Beijos
Ei Victor...bom dia!
Triste, mas muito bonito poema, me fez pensar que muitas vezes levamos a vida tão metodicamente regrada, cumprindo horários à risca, numa organização cansativa, sabendo que uma hora tudo acaba e que momentos como 'afastar a lua para ver as estrelas' podem ser extremamente prazerosos, cheios de magia...renovadores!
Bjo carinhoso.
Victor, sempre dende Galicia, contar con vos, na presencia do meu espacio, das tuas palavras e verbas é unha honra e privilexio, Grazas querido amigo, sempre Grazas, os meus parabens Jyhael
No dejes que el desorden decadente de la indiferencia te salpique. Muy bonito poema.
Quiero también decirte que en mi espacio tienes un regalito.
Un abrazo amigo
Excelente texto!
Parabéns GIL.
Abç
G.J.
Claridad en las palabras y en la imagen.
Felicitaciones.
Alicia
Hola Victor Gil, me gustaría hacer un comentario acorde con tu poesía, (que para desgracia mía no se leer) que me parece está llena de nostalgia y tristeza.
Gracias por los comentarios tuyos en mi blog.
Saludos sinceros
Grata imensamente pelo apoio, pela amizade nesse momento de aflição. São amigos e palavras assim, que nos dão a força extra que precisamos para enfrentar estes momentos.
Um abraço e que tenhas um maravilhoso final de semana
gracias por tus pasos
un abracito de sol
ojalá que tu familiar pronto aclare todo y vuelva con ustedes:=)
De nostalgia y de dulzura esta lleno tu poema es hermoso aunque triste.
Gracias por tu visita, siempre seras bien recibido.
Un besito querido amigo.
Amigo!...
Obrigada pelo comentário e pelo carinho...
Já estive outra ocasião visitando tua página...acho que deixei comentário!
Espero tua visita sempre!
Belas fotos vi aqui...está tudo muito bonito!
____0____
Victor,
Retribuindo tua visita ao meu blog, e saibas que fico feliz em tê-lo como amigo, mesmo que distantea nossa amizade perdura!
Li seu comentário, e lamento,o ocorrido. Concordo... infelismente o ser humano, perdeu a qualidade de "humano", deixando prevalecer apenas as maldades em seus corações!
Seu poema é forte e nostalgico.
Um grande abç!
Passando para te desejar um ótimo final de semana
abraços
Triste y bello poema que habla de derrumbes y detrosos que espero no sean de tu alma. Recuerda que siempre hay una razón para volver a empezar. Un fuerte abrazo y feliz domingo!!!!
É antecipadamente que eu peço perdão pela linguagem, mas puta que pariu, como se acha coisa boa em procurando bem e sempre. Lindo isso aqui!
Tem aqui belissimas fotos acompanhadas por poemas lindos.
Parabéns.
Beijos.
Triste mas lindíssimo!
Sou desarrumada por natureza, mas a desarrumação de que falas é mais profunda, mais dolorosa! Falas de uma vida sem sentido, nem esperança!
Oi, Gil
Poema lindo demais; triste, nostálgico...mas de muita beleza e emoção.
'Só os bêbados afastam a lua para ver as estrelas'... Lindo isso.
Bj. Amigo.
tais
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