Incerteza
Encosto ao vidro os meus olhos encharcados,
debruçado entre as pedras da calçada.
Olhando o chão, pouso os meus braços cansados,
sem saber se tem regresso aquela estrada.
Senti no peito invadir-me a nostalgia,
arrastei amargurado, o meu caminho.
Sem saber se era um sonho que eu vivia,
se um punhal rasgar a pele devagarinho.
Mas aqui dentro de mim, embora ausente,
ficou o nosso abraço, o peito quente,
o adeus de um coração que sangra e chora.
Nas minhas mãos, agitadas e desertas,
eu sinto as tuas, torturadas e inquietas,
porque é em ti que a minha saudade mora.Texto: Victor Gil
Fotografia: Pedro Gil
40 comentários:
Parabéns Vitor!
Mais uma foto maravilhosa e mais um poema encantador.
A saudade sempre será um lindo tema para compor.
Tenha um bom dia.
Um beijo meu amigo
Gemária Sampaio
Olá querido Amigo!
Lindo demais o teu soneto, assim como a imagem. Parabéns a ambos.
Meu beijo azul! Com carinho,
Ro
SAUDADE
Saudade,
dor que caminha
em passos silenciosos
na sala de estar
de minha alma.
Rosana Souza
olá vitor,como vai?muito lindo seu texto,ameiiiiiii,com certeza fotografias que rimam!
Ai meu Deus! Como doi.
Poema tão expressivo, já fiquei assim na vida.
A foto bonita e cinzenta acompanha bem o poema.
beijos
Bom voltar a lê-lo, Victor Gil.
Mesmo sendo um poema tão dolorido. Saudade. O amor irmão da dor. Mas a poesia consola.
Um grande abraço, meu amigo.
Traicionera melancolía que desempolva recuerdos reflejados en un vidrio mojado y atraviesan el alma y el corazón...
Encantadoras letras de tristes añoranzas
Mi cariño y un beso desde este otro lado
Te invade la nostalgia, te llenas de melancolía y desempolvas recuerdos.
Victor Gil, la traducción no es muy perfecta, pienso que imperfecto será mi comentario.
Como quiera se nota tu sensibilidad en cada verso tuyo.
Saludos
Bonito, muy bonito y lleno de muchos recuerdos.
Besos
Que poema forte, Victor. Passa tanta verdade, tanta dor... Em momentos assim a poesia consola, redime, salva. A poesia nos sustenta. Um abraço, meu amigo.
Não sei se esta linha é do "nosso" comboio. Se é,também transportei nela a minha bagagem de saudade durante muitos anos.
Abraço
João
.
Víctor,
Este poema me llega hondo, me conmueve, me contagia nostagia y dolor.
"Senti no peito invadir-me a nostalgia,
arrastei amargurado, o meu caminho."
Y,
"...Esas manos" ¡Por favor!
Besitos mi querido poeta,
Ana Lucía
.
Vitor Gil
Na imagem e no meu poema...
estamos juntos
Gostei muito da tua poesia...
um beijo
Muito me honra o seu carinhoso comentário. Escrevo as histórias com muito carinho e fico feliz quando são bem recebidas. É a paga pelo tempo que fico debruçada nos papéis escrevendo. Muito obrigada mesmo.
saudações Florestais !
Olá Victor,
Lindo seu soneto. Imagem maravilhosa. A saudade e a dor sempre rendem belos poemas.
Cada vez que o poeta perde um amor ele ganha novo poema.
Rabisquei uns versos inspirada em seu soneto.
Um abraço carinhoso,
Dalinha
Entre quartetos e tercetos
Dou asas a minha dor.
Um soneto uma saudade
Foi tudo quanto restou,
De um amor tresloucado,
Uma paixão do passado,
Que tanto me encantou.
Qué buen soneto, a saudade, la nostalgia muy bien retratada. Dentro de mim nosso abraço, en tí a minha saudade mora, bellísimo.
Un cariñoso saludo
Lembra de um poema que escrevi? Saudade é assim, como a solidão do poeta, tem nome e endereço, mas é só a saudade que nos faz companhia...
Um abraço, lindo final de semana!
Olá Victor
Visitando seu blog me deparei com essa maravilha de poema! Amei!
E destaco a frase, "porque é em ti que minha saudade mora" que encerra com chave de ouro esse seu soneto de amor e saudade.
Bjs
Lindo final de semana.
Um soneto envolvente, entre a nostalgia e a inquitação...
Bom fim de semana
Bj
Chris
Sempre com belas imagens.
Seu poema mostra que também na dor pode haver beleza.
bjs
hahahahah conheço bem essas histórias. a minha ex-cunhadinha vivia metendo medo nos filhos durante o ano, com o homem do saco, bicho papão, o mascarado, o bate bola... quando chegava o carnaval, ela queria se mandar para a rua e os pais dela faziam ela levar os filhos. Ah...era o problema: os garotos não queriam sair com medo de tudo e ela metia a mão neles.Coitados.
Olá,
Gostam de animais?
Então visitem o Grupo Animais em Portugal
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Cumprimentos,
Gosto do jeito luso de expressão...
tudo é nostalgico...o comboio,o túnel feito de escuro.A foto .
Bonito.
Cris
um convite-www.cristinasiqueira.blogspot.com
Hermosas letras de añoranza, amor e incertidumbre. Un placer leerte.
Abrazos cariñosos
Lindo o seu poema, vou voltar mais vezes
Visito-te pela primeir avez. Gostei imenso do que li, vi e senti...beijos.
Ei Victor!
Da saudade sempre surgem os poemas mais bonitos e tb os mais sentidos...
Desejo a vc um excelente dia e, em tempo, uma boa semana! Bjo carinhoso!
Lindo este espaço onde as palavras rimam na perfeição com as imagens
um beijo
ay victor
se me fue en collera la lectura aún usando el traductor on line :(
pero hay pasajes que me hicieron cavilar
Mas aqui dentro de mim, embora ausente,
ficou o nosso abraço, o peito quente,
o adeus de um coração que sangra e chora.
dentro de uno existe una certeza que se anida en el amor y que a veces no tomamos en serio cuando el corazón nos habla
besitos de luz
Placer visitarte Víctor, ambos tenemos el mismo gusto, la fotografía y las palabras.
Una a veces supera la otra, pero siempre están.
Alicia
Quando a nostalgia vem, as mãos "agitadas e desertas" precisam sempre de outras mãos presentes e abertas.
Muito bonito, o seu soneto!
Obrigada!
Um belo soneto
amargurado...
Um abraço,
doce de lira
A blogosfera tem destas surpresas... aqui cheguei por acaso, mas fui ficando e rendido estou à suas imagens e escrita.
PARABENS pelo excelente trabalho.
Obrigado por partilhar a sua mestria!
Lindo, muito lindo este soneto!
Quanto à sua ausência em meu blogue, não se apoquente com isso, eu não levo a mal e se formos a ver por esse lado, então eu também estou em falta para consigo.
Beijinhos,
Ana Martins
Olá, amigo Gil... que a saudade dói não tenho dúvidas, mas como ela ficou linda no teu poema!
bjs, amigo
tais luso
Bela fotografia...belo soneto...Espectacular....
Um abraço
Mais um BELO POEMA!
Parabéns GIL
Obrigado pela visita
Abç
G.J.
"porque é em ti que a minha saudade mora" Bela frase! Gosto dessa sensibilidade!
Belo soneto!
Abraços!
=D
Nem sempre nossa estrada tem regresso, o que fica são belas paisagens na memória que farão sempre parte da nossa história.
Profundo soneto... O tempo que as vezes nos tortura, também cuida de tratar as feridas abertas ao longo do caminho, então podemos olhar para trás e sorrir ao lembrar da bela caminhada que fizemos.
Meu amigo é tão bom te-lo na minha modesta casa e reconfortante por saber que lhe trago boas recordações.
Um beijo e parabens, o poema é lindo.
MARIA
Maravilhoso! bjs
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