quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Raízes


Planto todas as manhãs as minhas raízes.
Mas detrás destas árvores
não vejo o tempo onde se formam.
Há sempre sombras,
atalhos que escurecem,
veredas que eu percorro,
arrastando os pés,
nas folhas mutiladas que envelhecem
.
Texto: Victor Gil
Fotografia: Pedro Gil

sábado, 18 de agosto de 2007

A Luta


Porque ainda suportas o punho do chicote,
porque ainda sofres os direitos maltratados
e a míngua se entranha em ti.
Porque nos teus olhos de afecto,
apenas trazes mágoa e sofrimento.

Porque trazes no sexo violentado,
os filhos forçados.
Porque no silêncio das casas outras sombras te profanam,
e entre o teu frágil regaço,
apodrecem os ossos dos que tombaram.

É para ti que empunho a flor da luta.
Para sacudir a Terra,
porque as crianças trazem nas mãos,
os punhais da guerra.

Texto: Victor Gil
Fotografia: Pedro Gil

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

O Sonho


Todos os meus sonhos se esvaíram
através das portas escancaradas
que eu insisti em abrir.
Desvaneceram-se nos degraus da manhã,
nas janelas inteiras
que perturbam os olhos das ruas.
Texto: Victor Gil
Fotografia: Pedro Gil

O Caminho


Continuo a procurar-te nos emaranhados troncos,
onde se cruzam os nossos caminhos.
A invadir-te nos atalhos
que suportam no chão
todas as sombras.
Mas um dia este caminho
vai transformar-se num rio,
apagando as marcas de pó,
que vão alagando as nossas margens.

Texto: Victor Gil
Fotografia: Pedro Gil

sábado, 4 de agosto de 2007

Preto e Branco


Preto e branco,
é penumbra e nevoeiro,
é Estrela Polar, é Lua branca,
é o negro das terras queimadas,
muros pintados com sombras trocadas,

Preto e branco,
é livro aberto, folha rasgada,
é grito no silêncio das fronteiras,
é misturar nos livros a côr das raças.

Porque só a poeira dos homens,
não se mistura nas folhas baças.


Texto: Victor Gil
Fotografia: Pedro Gil

Imensidão de Esperança e Mar


Nesta imensidão de esperança e mar,
quantos barcos sem quilha
conseguem rasgar as ondas.
Quantos se afundam nas águas profundas.

Quantos encalham no baixio das margens,
quantos olhos na solidão da praia,
choram aos deuses
e os Deuses se esquecem das calmas aragens.

Se as margens são de silêncio,
as rotas inquietas,
os olhos de sal.
Porquê andar por mares já antes navegados,
se a esperança é uma caravela de papel.

Texto: Victor Gil
Fotografia: Pedro Gil



quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Diferente...


Sei que é algo bastante diferente do blog que tinha (“Blog de Cáca”), mas espero que gostem. Aqui vou divulgar as minhas fotos e não só…Sim, porque eu aqui vou também iniciar uma parceria. Mais não vou divulgar, têm de cá vir para ver. Vou aceitar todos os comentários, sejam eles positivos ou não, embora vos peça uma coisa, sempre que fizerem um comentário gostaria que fosse anónimo…Também para ser algo diferente e aí poderão realmente exprimir a vossa opinião. Deixo aqui já uma foto ainda sem parceria, mas as próximas prometo que já serão com o trabalho da parceria. Escolhi esta foto pois estou a começar algo diferente, que é exactamente o título desta foto. Desde já um grande Bem-Hajam pela vossa visita, espero que gostem.