sábado, 13 de fevereiro de 2010

A Saudade

 


Onde quer que viva a saudade,
vou levar-te no meu peito,
violar as janelas indiscretas que me espiam,
urdir uma teia de cortinas,
quebrar os vidros,
voar sobre os telhados.

Sem ter os teus seios,
os teus braços,
sem que o teu corpo me acoite.
Mas por fim regresso sempre aqui,
seduzido pelas luzes da noite,
sentindo a vertigem dos gritos da cidade.

Enquanto os meus olhos voam,
para lá,
para onde mora a saudade.


Texto: Victor Gil 
Fotografia: Pedro Gil