terça-feira, 25 de setembro de 2007

Pintura


Por vezes faltam-me as palavras
para pintar a tela dos poetas.
Ensaio riscos nas folhas indecisas,
rasgando frases ausentes,
nos versos de quadras soltas.

Sou um vendaval da saudade,
madrugada e nevoeiro que a noite envolve.
Sou um galho desfolhado,
uma pernada de Outono,
uma gota de água quando chove.

Texto: Victor Gil
Fotografia: Pedro Gil

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

O Guardião


Guardião dos carreiros sem retorno,
das cavernas misteriosas e quietas,
da terra dolorosa,
dos troncos das sombras eternas,
onde os olhos são de orvalho,
quando o vento acaricia as frias pedras.

Porque as lajes do além não se podem rasgar,
só nos resta inventar ilhas de flores,
ou bosques de ciprestes,
entre os muros que o tempo há-de iludir.
Empunhar as bandeiras do silêncio,
nos gestos que as mãos fazem ao partir.
Texto: Victor Gil
Fotografia: Pedro Gil