segunda-feira, 18 de maio de 2009

Meia Porta


Repara no assento solitário,
na meia porta,
nas silhuetas das sombras,
no terreiro onde se inventavam os dias,
que afastavam borrascas e ventanias.

Repara nas paredes brancas,
nas pedras do chão,
no banco sem beijos de amantes,
sem a loucura de uma intriga,
sem dedos enleados,

sem gestos de paixão.

Agora o tempo foge nas asas do vento.
As tábuas velhas escoam a luz,
como setas douradas varando os corações.
Aqui o chão,
é um grito de ilusões.



Texto: Victor Gil

Fotografia: Pedro Gil