Repara no assento solitário,
na meia porta,
nas silhuetas das sombras,
no terreiro onde se inventavam os dias,
que afastavam borrascas e ventanias.
Repara nas paredes brancas,
nas pedras do chão,
no banco sem beijos de amantes,
sem a loucura de uma intriga,
sem dedos enleados,
sem gestos de paixão.
Agora o tempo foge nas asas do vento.
As tábuas velhas escoam a luz,
como setas douradas varando os corações.
Aqui o chão,
é um grito de ilusões.
Texto: Victor Gil
Fotografia: Pedro Gil