segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Os Fantasmas da Noite




Quando a tarde se abate,
erguem-se tingidas de vermelho,
as silhuetas das casas.
Os galhos secos das árvores,
são os fantasmas da noite.

Quantas mulheres estão chorando
enquanto a luz se esvai
e o dia se esconde vigilante
nos braços sombrios da serra distante.

Quantas crianças se inundam de lágrimas
com as barrigas vazias,
as mãos retalhadas,
com a vontade silenciosa de ter paz
nos olhos e nas palavras.

Quantos homens descalços
sufocam nos gritos de uma canção,
enquanto se destroem os muros
no dilúvio irreverente da razão.


Texto: Victor Gil
Fotografia: Pedro Gil

32 comentários:

António Gallobar - Ensaios Poéticos disse...

Poema simplesmente fantastico, muitos parabens adorei

Abraço

Paula Raposo disse...

Linda a foto e um poema magnífico.
Gostei muito. Beijinhos.

João de Sousa Teixeira disse...

Quantos, Victor, quantos?!
A fotografia é também excelente.

Abraço
João

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Victor
Belissimo poema...realidade, feita poema.
Adorei
Muitos beijinhos
Sonhadora

Maria Clara disse...

Meu amigo, foram as Beiras que lhe deram esta inspiração certo?
Muito lindo mais uma vez...
Um beijo, neste dia de frio.
Maria

Alondra disse...

La fotografía desprende paz, belleza, me gustaría atrapar esos colores que se funden cuando el sol se pone...
El poema es triste y real. Efectivamente en la noche los problemas crecen, se ven más negros y los fantasmas nos roban incluso la capacidad de soñar.
Un abrazo

Mª Angeles B. disse...

Un texto precioso con una foto muy relajante.

Besos

angela disse...

As dores que se insinuam nas sombras da noite aos corações sensiveis.

Elaine Barnes disse...

Foto linda, poema triste e de uma beleza na escrita,maravilhosa! Adorei amigo, como sempre vc arrasa! bjão

FERNANDINHA & POEMAS disse...

QUERIDO VICTOR, BELÍSSIMO POEMA SUBLIMES PALAVRAS... ADOREI!!!
ABRAÇOS DE CARINHO E TERNURA,
FERNANDINHA

Andradarte disse...

Belíssimo e tocante poema, com uma muito bela imagem.
Abraço

:.tossan® disse...

Poema maravilhoso! Foto então...Magistral e conveniente com o texto. Aprecio muito o seu espaço. Abraço

RosanAzul disse...

Olá meu querido amigo Gil!!

Lindíssimo teu poema, retratando uma dura e fria verdade aonde grande parcela da humanidade "sobrevive"... esta é a nossa realidade...Parabéns!
Um abraço de carinho para o Pedro,
está linda a imagem!
Beijo Luz!
Ro

azul disse...

Que real y que duro, a la vez se ven las imagenes ...

ESTUPENDO!!!!

uN BESO

Sueli Maia (Mai) disse...

Tudo isto acontece quando, na tarde, o sol se deita em poente vermelho.
perfeita conjugação de imagens, foto e poema se fundem no claro e no escuro.

abraços.

Elaine Barnes disse...

Que bom receber sua visita e suas palavras sempre tão deliciosas. Meu netinho está risonho demais e muito bonzinho e eu cada vez mais coruja! rs.. bjão

Maria Clara disse...

Meu amigo Vctor, este foi, é, e sempre será o meu primeiro cantinho, aquele que me diz mais.
Acredite que neste poema das palavras estive para"roubar"uma imagem do seu blog, mas depois pensei que não gostaria e desisti.
Um beijo amigo.
MARIA

"""Hoje é dia de frio por aqui""

Mariana disse...

Por que será q os fantasmas só aparecem a noite?
Sempre é bom passar aqui.
beijo

Unknown disse...

GENIAL!

Belkis disse...

Toda dificultad eludida se convertirá más tarde en un fantasma que perturbará nuestro reposo. Los fantasmas que habitan en nuestro día a día que causan tantas miserias humanas son peores que los fantasmas de la noche.
Hermoso texto y hermosa foto Víctor.
Un cariñoso saludo

Jacque disse...

Vim convidar você para pegar meu cartão de Natal,no Blog: Arco-Iris Encantado. E também quero convidar para voltar ao mesmo Blog dia 1° de janeiro, é meu aniversário, vou deixar uma lembrancinha.

Beijo.

Jacque

Nathália Azevedo disse...

Vim pelo título que achei interessante. E constatei que é mais que isso!

Outstanding!

Seguindo...

nydia bonetti disse...

Esta hora do dia também me angustia, Victor. Um pequeno ciclo que se fecha, tantas vezes sem esperança de amanhecer... Beijo.

Emidio Silva disse...

ola amigos.

aqui esta um blog miuto original que eu nao conhecia, mas que vou seguir de certeza.

os meus parabens.

um abraço

Leonor Varela disse...

A melhor mensagem de Natal
é aquela que sai em silêncio de nossos
corações e aquece com ternura
os corações daqueles que nos acompanham
na nossa caminhada pela vida.
Desejo-te a ti e teus familiares um

Feliz Natal e um Ano Novo
cheio de Paz, Amor, Saúde e amizade.

BEIJOS DOCES

Unknown disse...

Linda descrição do fim de tarde, é como nós sentimos.


Victor, tem um oi prá você no meu blog. Dê uma passada lá.


Abraços

Mariana disse...

Desejo-te uma ótima semana.
bj

Borrasca disse...

Víctor pasé a desearte un feliz año 2010, que te depare muchas alegrías y éxito en todos tus proyectos.

Un besazo borrascoso

Sônia Brandão disse...

As dores do mundo ao entardecer. Belo e triste.

Um 2010 pleno de amor e de paz para você e família.

bjs

UN VOYAGEUR SANS PLACE disse...

Minhas razões,
Meus senrires,
Minhas alturas,
Minhas baixezas...

Ó mundo -
Não quero que te vires
A face a mim, não o faça! Ou
Minhas dúvidas serão certezas...

Maria Cristina Mestre disse...

Este espaço conjuga boas fotos com bons poemas.
Quanto ao comentário...claro que permito que uma das minhas fotos te inspire para um poema, até me orgulharia.
Bj

José Carlos Brandão disse...

Que bom que v. está de volta. O diálogo com os amigos nos enriquece, nos torna melhores, e, mesmo, mais felizes. Não é bom que o homem esteja só, já lemos lá na Bíblia, no princípio. E não é apenas a mulher a companhia do homem, como naquele caso, mas os amigos, este sentimento de fraternidade que chega a dar um sentido à vida.
Victor Gil, pensei que já tinha comentado este poema seu, e de fato tinha - eu o lera junto da Sônia, ela escrevera, pouco é verdade, mas um reflexo do que sentíamos. Esse sentimento de dor que o chegar da noite nos traz. Minha mãe, mulher simples, da roça, dizia que o entardecer é a hora mais triste. Não deveria ser, era a hora em que o marido, meu pai, voltava para casa, fazendo barulho com as vacas, para apartar os bezerros, era sinal de vida, que se estendia do curral, do piquete das vacas a toda a redondeza de casa, e até muito longe, impregnando tudo de uma alegria natural. Mas ela sentia tristeza. E não era como nós, metidos a sabidos, para quem o conhecimento nos trouxe quase tão só o sabor das dores do mundo. Aprendemos que o mundo é uma aldeia e dói sempre em algum lugar. O homem é um animal ferido, aprendemos. Por isso protestamos. Criamos - que é a nossa maneira de gritar a nossa angústia. E buscamos o braço amigo. Caminhar juntos torna o caminho mais suave.
Um grande abraço, meu amigo.