sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Rumos



Lanço o meu olhar para além da breve poeira,
onde pardaceiam as silhuetas da orla da cidade.
Quantos se ausentam desejando outros rumos,
quantos procuram nas novas fronteiras,
com as ferramentas nas mãos,
as rotas derradeiras.

No lado de cá só os recortes das fachadas,
linhas cortando a brisa que incendeia a tarde.
Quantos se inventam nos cultos que jurámos,
quantos ocultam nas lutas que perdem,
as terras verdadeiras,
no sorriso dos que partem.

Não sei que pedras circundar para seguir outro caminho,
como é o sítio da gente nos mapas universais.
Prefiro rasgar de palavras a aragem do desatino,
onde as minhas mão sossegam
na brisa mansa dos devaneios.

Vou escolher ficar aqui sem rumo,
colhendo as amoras bravas dos teus seios.



Texto: Victor Gil
Fotografia: Pedro Gil

1 comentário:

Marisa Queiroz disse...

Excelente escolha, Victor. É sempre bom escolher o colo do amor. És mesmo um Sr. Poeta, hein? Beijos